O
Afeganistão (em
persa e
pachto/pastó:
افغانستان,
Afġānistān), oficialmente
República Islâmica do Afeganistão é um estado soberano sem litoral, localizado no centro da
Ásia, fazendo parte do
Sul da Ásia,
Ásia Central e
Ásia Ocidental. Povoado por cerca de 29 milhões de habitantes, tem uma área de 647 500 km², sendo o
40º país mais populoso do mundo e
40º maior do mundo. Faz fronteira com o
Paquistão ao sul e ao leste, o
Irã ao oeste,
Turcomenistão,
Uzbequistão e
Tajiquistão ao norte e da
China no nordeste. O território do Afeganistão foi um ponto essencial para a
rota da seda e a
migração humana.
Arqueólogos encontraram evidências de presença humana desde o
Paleolítico Médio (
ca. 50 000 a.C.).
5A civilização urbana pode ter começado entre 3 000 e
2 000 a.C.6
O país fica em uma localização geoestratégica importante que liga o
Oriente Médio com a Ásia Central e o
subcontinente indiano,
7 foi a casa de vários povos através dos tempos.
8 A terra tem testemunhado muitas campanhas militares desde a
antiguidade, as mais notáveis feitas por
Alexandre o Grande,
Chandragupta Máuria,
Gêngis Cã, a
União Soviética e a
OTAN.
5 6 Também foi local de origem de várias dinastias locais como os
Greco-bactrianos,
Kushanas,
Safáridas,
Gaznévidas,
Gúridas,
Timúridas,
Mogóis e muitos outros criaram seus próprios impérios.
9
As décadas de guerra fizeram do Afeganistão o país mais perigoso do mundo,
19 incluindo o título de maior produtor de refugiados e requerentes de asilo. Enquanto a comunidade internacional está reconstruindo o Afeganistão dilacerado pela guerra,
grupos terroristas como a rede Haqqani e Hezbi Islami
20 estão ativamente envolvidos em um
insurgência talibã por todo o país, que inclui centenas de assassinatos e ataque suicidas.
21 De acordo com a
Organização das Nações Unidas, os insurgentes foram responsáveis por 75% das mortes de civis em 2010 e 80% em 2011.
22 23
O nome
Afeganistão (em persa:
افغانستان,
[avɣɒnestɒn])
24 significa
"Terra dos Afegãos",
25 que se origina a partir do etnônimo
"Afegão". Historicamente, o nome
"Afegão" designa as
pessoas pachtuns, o maior grupo étnico do Afeganistão.
26 Este nome é mencionado na forma de
Abgan no 3º século dC pelos
Sassanianos27 e como
Avagana (afghana) no 6º século dC pelo astrônomo indiano
Varahimira.
26 Um povo chamado de
Afegãos é mencionado várias vezes no 10º século no livro de geografia
Hudud al-'alam, principalmente quando faz-se referência a uma vila: "Saul, uma agradável vila nas montanhas. Onde vivem os
Afegãos."
28
Al-Biruni faz referência no século XI a várias tribos nas montanhas da fronteira ocidental do
Rio Indo, conhecidas como
Montanhas Sulaiman.
29 Ibn Battuta, um famoso estudioso marroquino que visitou a região em 1333, escreve: "Nós viajamos para
Cabul, antigamente uma grande cidade, o lugar agora é habitado por uma tribo de persas chamados afegãos. Eles vivem nas montanhas e desfiladeiros e possuem considerável força, e são muitas vezes salteadores. Sua principal montanha é chamada de Kuh Sulaiman."
30
O nome
"Afghaunistan" é escrito nesta
litografia de 1847 por James Rattray
Um importante estudioso persa do século XVI explica extensamente sobre os afegãos. Por exemplo, ele escreve:
Os homens de Cabul e Khilji voltaram para casa; e quando eles foram questionados sobre os Muçulmanos do Kohistão (as montanhas) e como estavam as coisas por lá, eles disseram, "Não chame de Kohistão, mas Afeganistão, pois não há nada lá além dos afegãos e os distúrbios." Assim, é evidente que, o povo do país chamam a sua casa no seu próprio idioma como Afeganistão, e se nomeavam Afegãos.31
—Firishta 1560-1620 d.C.
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É amplamente aceito que os termos "Pachtum" e Afegão são sinônimos. Nos escritos do século XVII o poeta Pachto Khushal Khan Khattak é mencionado:
Puxe sua espada e mate qualquer um, que diz que Pachtum e Afegão não são um! Os Árabes sabem e assim fazem os Romanos: Afegãos são Pachtuns, Pachtuns são Afegãos!32
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A última parte do nome, -istão é um
sufixo persa para "lugar", proeminente em muitas línguas da região. O nome "
Afeganistão" é descrito no século XVI pelo imperador mogol
Babur em suas memórias e também pelo estudioso persa Firishta e os descendentes de Babur, referindo-se a tradicional étnica afegã (pachtum) territórios entre as montanhas de
Indocuche e o
Rio Indo.
33 No início do século XIX,
Políticos afegãos decidiram por adotar o nome
Afeganistãopara todo o
Império Afegão após sua tradução para o inglês já havia aparecido em diversos tratados com o
Império Qajar e a
Índia Britânica.
34 Em 1857, na análise de John William Kaye
The Afghan Warm
Friedrich Engels descreve o "Afeganistão" como:
Desde a
Antiguidade, a guerra é constante na região onde hoje fica o Afeganistão, local já ocupado no
século VI a.C. pela civilização bactriana, formada por um povo que incorporava elementos das culturas
hindu,
grega e
persa. Depois disso, o território foi atacado por sucessivos invasores.
O Afeganistão foi invadido e ocupado pela
União Soviética em 1979. Mas, apesar da destruição maciça provocada na sustentação logística, lutas subsequentes entre as várias facções dos
Mujahidin permitiram que os fundamentalistas do
Talibã se apropriassem da maior parte do país. Em 1997, as forças talibãs mudaram o nome do país de Estado Islâmico do Afeganistão para Emirado Islâmico do Afeganistão.
Nos últimos dois anos o país sofre com a seca. Estas circunstâncias conduziram três a quatro milhões de afegãos a sofrerem de inanição.
Apesar de ter numerosos rios e reservatórios, grande parte do país está seco. A
bacia endorreica de Sistan é uma das regiões mais secas do mundo.
46 Além da chuva habitual que cai no Afeganistão, o país recebe neve durante o inverno em
Indocuche e nas
Montanhas Pamir, e o derretimento dessa neve na primavera entra nos rios, lagos e riachos.
47 48 No entando dois terços da água do país flui para os países vizinhos do Irã, Paquistão e Turcomenistão. O estado necessita de mais de 2 bilhões de dólares para reabilitar os sistemas de irrigação, de modo que a água é gerida corretamente.
49
Ao nordeste da
cordilheira de
Indocuche e em torno da
Província de Badakhshan existe uma área
geologicamente ativa em que ocorrem fortes
sismos quase todos os anos.
50 Eles podem ser mortais e destrutivos, por vezes causando
deslizamento de terra e no inverno avalanches.
51 Os últimos fortes terremotos ocorreram em 1998, em Badakhshan perto do Tajiquistão, matando 6000 pessoas.
52 Isto foi seguido pelos terremotos de 2002 em Indocuche, no qual mais de 150 pessoas morreram em vários países da região, e mais de 1000 ficaram feridos. O terremoto de 2010 deixou 11 afegãos mortos, mais de 70 feridos, e 2000 casas destruídas.
Os principais recursos naturais do país são:
carvão mineral,
cobre,
minério de ferro,
lítio,
urânio,
terra-rara,
cromita,
ouro,
zinco,
talco,
barita,
enxofre,
chumbo,
mármore, pedras preciosas e
semi-preciosas,
gás natural,
petróleo, entre outras coisas.
53 54 Em 2010 funcionários do Estados Unidos e Afeganistão estimaram que os depósitos minerais inexplorados localizados em 2007 pelo
Serviço Geológico dos Estados Unidos valem entre US$900 bilhões e US$3 trilhões.
55 56 57
Tem 652 230 km
2,
58 sendo então o 41° maior país do mundo,
59 pouco maior que a França e menor que Myanmar. Faz fronteira com o Paquistão no sul e no leste, o Irã a oeste, Turcomenistão, Uzbequistão e Tajiquistão no norte, e a República Popular da China no extremo oriente.
Com a capital em
Cabul e uma área de 647 500 km²; e 29 863 000 habitantes (46 hab/km²), o Afeganistão é um dos países mais pobres e inóspitos do mundo. A instabilidade política e os conflitos internos arruinaram a sua já débil economia e infra-estruturas a tal ponto que um terço da população afegã abandonou o país.
Segundo uma estimativa de 2006, a população cresce 2,67% ao ano. O índice de natalidade é de 46,6 a cada 1000 habitantes, enquanto o índice de mortalidade é 20,34 a cada 1000 habitantes. A taxa de mortalidade infantil é de 160,23 mortes a cada 1000 nascimentos. A expectativa de vida é de 43.34 anos.
Em 2001, o país tinha diferentes grupos étnicos. Os
pachtuns, que tradicionalmente dominaram o país, eram 52 por cento da população; os
hazaras eram 19 por cento; os
tajiques, que habitavam a porção mais ao norte, eram 21 por cento; os
uzbeques, que também habitavam no norte, eram 5 por cento
14 .
Mais de 99% da população afegã é
muçulmana. Cerca de 80 a 85% destes são seguidores do ramo
sunita, e entre 15 a 20% são seguidores do ramo
xiita, ramo do islamismo predominante entre os hazaras
14 . Há, ainda, outros 3% de muçulmanos não confessionais.
60 61 62 Até a década de 1890, a região em torno de
Nuristão era conhecida como
Kafiristão (terra dos
kafirs (incrédulos)), por causa de seus habitantes não-muçulmanos, o nuristanis, um povo etnicamente distinto cujas práticas religiosas incluíam o
animismo,
politeísmo e
xamanismo.
63 Há pequenas minorias de
cristãos,
budistas,
parsis,
sikhs e
hindus.
64 65
O Afeganistão é o maior produtor mundial de
ópio. De 80 a 90% da
heroína consumida na Europa provêm de ópio produzido no Afeganistão. O tráfico de ópio tornou-se um importante negócio ilegal no Afeganistão desde a queda do regime talibã, em 2001. De acordo com um inquérito realizado em 2007 pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (
UNODC), 93% dos
opiáceos no
mercado mundial tiveram origem no Afeganistão.
Em 27 de setembro de 1996 as forças talibãs, constituídas de ex-estudantes, derrubaram o presidente, capturaram a capital,
Cabul, e passaram a controlar grande parte do país. Em novembro desse ano outras facções negociavam um governo nacional de coalizão.
Foram realizadas eleições a 9 de Outubro de 2004, com mais de 10 milhões de afegãos registrados para votar, mas a maioria dos 17 candidatos da oposição não reconheceu o resultado das eleições, alegando fraude; uma comissão independente encontrou evidências de fraude, mas considerou que isto não teria afectado os resultados. Karzai obteve 55,4% dos votos e foi empossado como presidente a
7 de Dezembro. Estas foram as primeiras eleições desde 1969, quando houve eleições para o parlamento.
O governo de Karzai incluia membros da Aliança do Norte, um grupo político formado por elementos de diferentes regiões e grupos étnicos nomeados pela Loya jirga - conselho ligado às antigas tradições afegãs, inicialmente constituído por membros da etnia Pashtun, majoritária, e foi formado por diferentes líderes regionais e tribais, autoridades políticas, militares e religiosas, funcionários do governo, etc.
Em 2014, após um conturbado processo,
Ashraf Ghani foi eleito e empossado presidente do país.
66
A
bandeira nacional foi adaptada pelo governo de transição em 2002. A bandeira é um rectângulo com proporções de 1:2, dividida em três barras verticais de igual largura e de cores
preta à
tralha,
vermelha ao centro e
verde ao
batente. No centro da barra vermelha, o símbolo tradicional do Afeganistão, com uma
mesquita no centro.
A mais recente alteração do brasão de armas foi a inserção da inscrição das
shahada em
árabe no topo do mesmo. Abaixo, está uma imagem de uma
mesquita com um
mehrab que se confronta com um local de oração em
Meca. Anexa à mesquita estão duas bandeiras, tomadas de posição das bandeiras do Afeganistão. Abaixo da mesquita encontra-se uma inscrição que indica o nome da nação. Em torno da mesquita está uma grinalda vegetal.
"Sorud-e Melli" (em em persa:
سرودی ملی,
Hino nacional) é o
hino nacional, adoptado em 2006. De acordo com o artigo 20 da constituição do Afeganistão: "
O hino nacional deverá ser em pachto e terá a menção "Alá é o maior", assim como os nomes das etnias do Afeganistão."
67
As 34 províncias do Afeganistão, numeradas
O Afeganistão subdivide-se em 34 províncias:
O Afeganistão é um
país extremamente pobre, muito dependente da
agricultura (principalmente da papoula -, matéria-prima do ópio) e da criação de
gado. A economia sofreu fortemente com a recente agitação política e militar, e uma severa
seca veio se juntar às dificuldades da nação entre 1998 e 2001. A maior parte da população continua a ter alimentação, vestuário, alojamento e cuidados de saúde insuficientes, e estes problemas são agravados pelas operações militares e pela incerteza política. A
inflação continua a ser um problema sério.
Depois do ataque da coligação liderada pelos
Estados Unidos que levou à derrota dos
Talibã em Novembro de 2001 e à formação da Autoridade Afegã Interina (AAI) resultante do acordo de Bona de Dezembro de 2001, os esforços internacionais para reconstruir o Afeganistão foram o tema da
Conferência de Doadores de Tóquio para a Reconstrução do Afeganistão em Janeiro de 2002, onde foram atribuídos 4,5 bilhões de dólares a um fundo a ser administrado pelo
Banco Mundial. As áreas prioritárias de reconstrução são: a construção de instalações de educação, saúde e saneamento, o aumento das capacidades de administração, o desenvolvimento de setores agrícolas e o de reconstrução das ligações rodoviárias, energéticas e de telecomunicações. Dois terços da população vivem com menos de dois dólares por dia. A taxa de mortalidade infantil é de 160.23 por 1000 nascimentos.
Estudantes de uma Escola Feminina no Afeganistão (2005)
A partir de 2006 mais de quatro milhões de estudantes de ambos os sexos estavam matriculados em escolas por todo o país. No entanto, ainda existem obstáculos significativos à educação no Afeganistão, decorrentes da falta de financiamento, edifícios escolares inseguros e normas culturais. A falta de professoras é uma questão que diz respeito a alguns pais afegãos, especialmente em áreas mais conservadoras. Alguns pais ainda não permitem que as suas filhas sejam ensinadas por homens.
Alfabetização de toda a população está estimada (em 1999) em 36%, a taxa de alfabetização do sexo masculino é de 51% e do feminino 21%. Até agora, existem 9.500 escolas no país.
Outro aspecto da educação que está mudando rapidamente no Afeganistão é a cara do
ensino superior. Após a queda do regime
talibã, a
Universidade de Cabul foi reaberta para estudantes de ambos os sexos. Em 2006, a
Universidade Americana do Afeganistão também abriu suas portas, com o objectivo de proporcionar um mundo de classe, Inglês como língua, a coaprendizagem ambiente educacional no Afeganistão. A universidade aceita alunos provenientes do Afeganistão e os países vizinhos. Trabalhos de construção vai começar em breve o novo
site selecionado para a
Universidade de Balkh em Mazari Sharif. O novo edifício para a
universidade, incluindo o edifício para o Departamento de Engenharia, seria construído em 600 acres (2,4 km ²) de terras, ao custo de 250 milhões de dólares americanos.
A cultura do Afeganistão é milenar. É dominada pelo
Islão, porém recebeu, ao longo dos séculos, influências do
budismo e do
zoroastrismo.
Há objetos da Arte
Gandara do século I ao século VII, com marcante influência
greco-romana. Desde o início do
século XX]] a arte afegã começou a utilizar-se de técnicas ocidentais. A arte era uma tarefa essencialmente masculina, porém recentemente mulheres começaram a se destacar.
Outros famosos sítios (lugares) históricos incluem as cidades de
Herat,
Ghazni e
Balkh. O
minarete de Jam, no vale de Hari Rud, é um Patrimônio Cultural da Humanidade.